Acompanhe o
'jogo do acesso' do
Botafogo-PB do
banco de reservas
Todo jogador de futebol é unanime em dizer que é do banco de reservas onde o atleta mais sofre durante um jogo. Não está no campo para ajudar seu time e ali do lado, de bem perto, lhe resta torcer para que tudo dê certo e que o clube consiga o resultado que precisa. Mas afinal, como “funciona”um banco de reservas durante um jogo decisivo que vale o acesso? A reportagem do Globoesporte.com/pb esteve ao lado do banco do Botafogo-PB durante todo o segundo tempo da partida contra o Tiradentes, que valeu o acesso do Belo para a Série C de 2014, e mostra como se comportou os principais personagens do time paraibano.
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O segundo tempo do jogo, na verdade, começou com todos os reservas no aquecimento, o que impedia uma movimentação maior no banco de reservas. Nem mesmo a comissão técnica ficou completa, já que o preparador físico Alexandre Duarte era quem acompanhava de perto o aquecimento dos reservas.
Enquanto isto, o técnico Marcelo Vilar ficava sempre à beira do campo, gesticulando muito com os titulares. Já os demais integrantes da comissão técnica corriam a todo o tempo. De lá para cá. Responsáveis por questões de logística, como a reposição das garrafas d'água para os jogadores.
Pouco a pouco, contudo, Vilar fez as três modificações possíveis. Primeiro Doda entrou no lugar de Rafael Aidar e depois Paulinho Macaíba entrou no lugar de Fausto. Ambos saíram por problemas físicos, depois de sofrer fisgadas na perna. Nada grave, mas chegando ao banco de reservas, foram imediatamente recebidos pelo massagista Zominha, que tratava de iniciar imediatamente o tratamento com gelo.
Depois, a terceira substituição, esta de ordem tática. André Lima, cansado, saiu para a entrada do uruguaio Mario Larramendi. E com as três mudanças já feitas, os demais jogadores que estavam no aquecimento voltaram ao banco. E aí começou o sofrimento.
O goleiro Genivaldo, que iniciou a competição como titular absoluto, mas que depois perdeu a vaga, era um dos mais nervosos. A todo tempo gritava e passava orientações aos jogadores. Rafael Aidar e Fausto, por sua vez, permaneciam sentados, observando o que se passava em campo, extenuados com o esforço que fizeram quando estavam em campo. A visão nem sempre era a melhor e muitas vezes eles tinham que se esforçar para ver certo lance sem ninguém estar a sua frente.
O tempo ia passando. E os jogadores ficavam mais ansiosos. O placar de 1 a 0 era amplamente favorável ao time pessoense, mas ao mesmo tempo eles sabiam que um gol do Tiradentes incendiaria de vez o confronto. E o time cearense teve algumas boas chances de empatar. Numa das vezes Rémerson fez duas belas defesas de forma consecutiva. No lance seguinte, a bola foi na trave. Do banco de reservas, todos se esticavam para ver da melhor forma possível o lance.
Ninguém piscava. E quando o Belo ia para o ataque tentavam passar algumas dicas aos que estavam em campo.
- Doda, avança com ela. Tem espaço – gritou um deles em certo momento do confronto.
Enquanto isto, cada um que se preocupasse com o tempo de jogo. Quarenta e dois minutos. Os jogadores ensaiam pedir o fim da partida, mas o árbitro avisa que serão cinco minutos de acréscimo, o que revolta quem está de fora.
Os reservas, assim, recuaram. Não adiantava pedir o fim de jogo naquele momento. Só voltam a se agitar aos 48, todos de pé, inclusive os que estavam em tratamento de gelo.
Ainda se passaria mais alguns lances, inclusive duas tentativas desesperadas do Tiradentes de atacar, mas finalmente veio o apito final. Os jogadores, a esta altura quase na linha lateral do campo, apesar dos protestos do quarto árbitro, invadiram o campo. O Botafogo estava na Série C.
